segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mapuches são intimidados por ex-presidiários em Panguipulli

Líderes e moradores da comunidade do Lof de Trafun, em Panguipulli, Chile, denunciam a presença de pelo menos 16 homens de fora do território Eles teriam sido contratados pelo proprietário da fazenda Las Vertientes para intimidar a comunidade mapuche, que atualmente está efetivando um processo de recuperação territorial.

De acordo com testemunhas, os indivíduos seriam ex-presidiários, com extensa ficha policial, estariam acompanhados de dez cães e portando armas de fogo. Eles ainda usam álcool e drogas, oferecendo-os aos membros da comunidade. Um dos desconhecidos é chamado de "el Cholo".

Relatam também que, além de vigiar a fazenda Las Vertientes, os forasteiros estariam recolhendo informações, através de vídeos e fotos, e de contatos diretos com os membros da comunidade. A intimidação é praticada principalmente contra mulheres e crianças. Um dos membros da comunidade (que se recusou a dar seu nome por medo de represálias) disse que o dono da fazenda deu ordem "para matar índios", se isso fosse preciso para garantir a posse das terras. Ele afirmou que os estranhos teriam dito aos comuneiros mapuches que realizam a recuperação de suas terras: "Metam-se na fazenda a roubar, cortem a ponte, roubem o que apanharem, nós não nos importamos com nada."

Os mapuches não se rendem à intimidação, porque, conforme a testemunha, até a polícia confirmou a legitimidade da reivindicação deles. "Eles até nos disseram que esta área (fazenda Vertientes) é nossa; que continuássemos reunindo pessoas, documentos, imprensa; que prosseguíssemos lutando, pois esta terra nos pertence. No entanto, sabemos que informam tudo o que fazemos ou o que acontece na área em recuperação" explicou a testemunha.

Além disso, foi relatado que pessoas de fora do conflito entram no território, roubam madeira, para depois responsabilizarem os comuneiros que mantêm a recuperação da fazenda, em Panguipulli. Os membros da comunidade desmentem completamente: "Nós não roubamos; são outras pessoas que cometem esses crimes", diz a testemunha.

Texto traduzido e adaptado do original publicado dia 23 de outubro de 2011:

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