segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Pediatras ignoram distúrbios de linguagem em crianças


Estudo publicado na Revista Cefac (Atualização Científica em Fonoaudiologia e Educação) apontou que grande parte dos pediatras não realiza encaminhamento, no período adequado, de crianças que apresentam alterações no desenvolvimento da linguagem.

A pesquisa foi desenvolvida na Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-USP), investigando conhecimentos e atitudes práticas de pediatras em relação à comunicação oral de crianças.

Segundo a fonoaudióloga Luciana Paula Maximino, professora do Departamento de Fonoaudiologia e uma das autoras do estudo, por volta de um ano ou um ano e meio, se a criança não começar a produzir nenhum tipo de palavra ou som, os pais podem começar a suspeitar de que a criança apresenta distúrbios de linguagem.

Os pediatras, segundo o estudo, tendem a encaminhar pacientes para outra avaliação médica especializada, como otorrinolaringologista (45,56%) e neurologista (30,38%), mas apenas 15,19% dos entrevistados relataram encaminhar o paciente diretamente para o fonoaudiólogo.

Uma das possíveis explicações para a falta de conhecimento dos pediatras em relação ao trabalho dos fonoaudiólogos, segundo a professora da USP, esbarra na formação. “Eles apontam que não tiveram nada específico durante a formação que abordasse o conhecimento da linguagem infantil”, disse.

Luciana conta que muitos dos pediatras entrevistados solicitaram que se divulguem mais dados sobre a atuação dos fonoaudiólogos para que possam agir em conjunto. A ideia é dar um retorno a partir desse diagnóstico.

“Por isso, estamos elaborando um site que contenha informações sobre o desenvolvimento da linguagem infantil e que sirva não apenas para o pediatra, mas também para a orientação de pais e professores”, contou.

Para ler o artigo Conhecimentos, atitudes e práticas dos médicos pediatras quanto ao desenvolvimento da comunicação oral , disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique em:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-18462009000600017&script=sci_arttext&tlng=pt

Por Alex Sander Alcântara, Diagnóstico tardio, Agência FAPESP, 1/10/2009.

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